quinta-feira, 14 de julho de 2011
Austin rebaixa de BBB para BBB- o Rating do Banco Ficsa
Austin rebaixa o Rating do Banco Ficsa de BBB para BBB- e altera sua perspectiva de negativa para estável. A classificação A-3 de curto prazo foi mantida. A ação de rebaixamento do rating de longo prazo, de BBB (triplo B) para BBB- (triplo B menos), reflete a opinião da Austin sobre o aumento das dificuldades para que o Banco Ficsa exerça suas atividades, em virtude das medidas macro prudenciais anunciadas pelo Banco Central do Brasil no final de 2010. Estas medidas se refletem no aumento da pressão exercida sobre sua capitalização, tendo em vista a ampliação do capital requerido para empréstimos de longo prazo concedidos às pessoas físicas, alterações nas regras contábeis que norteiam as cessões de carteira de crédito (Resolução no 3533) e a redução gradativa dos depósitos com a cobertura de depósitos pelo FGC, a partir de 2012, por meio da Resolução 3.931. No encerramento do 1o trimestre de 2011 (1T11), o índice do Patrimônio de Referência em relação aos ativos ponderados do Banco Ficsa era de 12,80%, patamar considerado reduzido diante do perfil e porte da instituição, representando uma redução ante os 15,9% no final de 2010. A manutenção de uma base de capital reduzida poderá dificultar o desenvolvimento das atividades do banco, à medida que o Ficsa não consiga gerar resultados em níveis suficientes para repor sua base de capital. No 1T11, o banco registrou prejuízo de R$ 7,05 milhões e uma redução do Patrimônio Líquido, de R$ 80,8 milhões no final de 2010 para R$ 73,8 milhões em março de 2011. A captação permanece como um desafio para o Ficsa, dada a dependência de cessões de crédito e depósitos a prazo (especialmente DPGEs). A Austin observa a restrição e encarecimento das fontes de financiamento normalmente utilizadas pelo banco como, por exemplo, as cessões de crédito, que passam por um processo de restrição no mercado financeiro nacional, a redução gradual do DPGE, o qual representava cerca de 1/3 dos depósitos em março de 2011 e o menor apetite dos investidores em relação aos FIDCs. Para o crédito consignado observamos um aumento da concorrência e aperto do spread, com o avanço dos grandes bancos de varejo nesta modalidade, desde a retração dos bancos pequenos e médios, a partir do final de 2010, com a restrição das cessões e maior exigência de capital para as operações de prazos mais longos. A maior exigência de capital para as operações, bem como as restrições nas cessões de crédito, constituem mais um obstáculo na competitividade dos bancos pequenos e médios perante os grandes conglomerados financeiros. Além disso, as instituições que se utilizaram do DPGE para alongar seus passivos deverão reduzir gradualmente esta modalidade. Similarmente, nota-se o elevado perfil de risco da modalidade de financiamento de veículos usados. Ainda que esta modalidade sofra menor concorrência dos grandes bancos do que o consignado, trata-se de uma modalidade com elevado perfil de risco, vulnerável às condições de renda e emprego, além de oscilações no valor da garantia. Assim como o crédito consignado também foi alvo das medidas macro prudenciais, com maior exigência de capital dependendo do prazo da operação e do percentual de entrada, e também o impacto resultante da restrição para as cessões de crédito. Diante dessa expectativa, o rating do Banco Ficsa S/A, em 14 de julho de 2011, foi rebaixado, de BBB (triplo B) para BBB- (“triplo B menos”).
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